PPG Geo

O conceito de paisagem, em grande parte, circunscrito ao campo biológico e à ideia de fisionomia, tem sido ampliado não só pelos avanços científicos, mas, sobretudo, pelo estabelecimento de conexões, ainda que tímidas, entre os diferentes campos do saber que os promovem. Nutre-se assim o espaço, inicialmente físico e abiótico, como superfície de formas e processos biológicos que se estabelecem, em diferentes escalas geográficas e temporais, fazendo emergir um tecido ambiental, oriundo de interações bióticas e abióticas, tanto quanto produto da relação das sociedades humanas com o ambiente que habitam, interferindo assim na dinâmica, evolução e configuração das paisagens naturais. No Rio de Janeiro a paisagem florestal corresponde a 18,6% da cobertura original, segundo último monitoramento, no período de 2012-2013, da Fundação SOS Mata Atlântica, dos quais 40% circunscritos a Unidades de Conservação. As pesquisas historiográficas são realizadas baseando-se em fontes primárias depositadas em: Arquivo Nacional, Biblioteca Nacional, Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, Museu Nacional do Rio de Janeiro, Museu Imperial, Arquivos da Sociedade de Botânica da França e Herbários do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, do Museu Nacional e do Museu de História Natural de Paris. Os estudos ecológicos e de inventário florístico, por sua vez, utilizam diferentes técnicas de amostragem de vegetação, bem como parâmetros de avaliação. Objetiva-se desvelar mais do que a configuração atual da floresta, as espécies e/ou associações indicadoras dos diferentes processos da ação humana, bem como as tensões políticas que permeavam esta ação, tanto no campo da sociedade fluminense, como no ambiente científico brasileiro.