A Agenda Ambiental Global tem como uma das principais diretrizes a redução da pegada ecológica para a produção de alimentos. Parte desse desafio está associada a vastas áreas de pastagem degradadas. No Brasil, 70% da área total de pastagem utilizada pela pecuária é diagnosticada como degradada, representando 118,3 milhões de hectares. Nesse contexto, algumas estratégias podem ser usadas para reverter esse cenário, sendo uma delas a transição para um sistema de produção agroecológico sustentável, como o Sistema Silvipastoril (SSP). Como Estudo de Caso para esta pesquisa, foi escolhida uma paisagem tropical e montanhosa na região Sudeste do Brasil, com baixo potencial de mecanização, fato que diminui sua competitividade no agronegócio, contribuindo para um longo período de declínio social, ambiental e econômico, principalmente a partir da década de 1950. O objetivo da pesquisa consistiu em avaliar o SSP como uma ferramenta estratégica para a recuperação de terras degradadas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraibuna (BHRP), considerando as três dimensões da sustentabilidade: social, ambiental e econômica. Para isso, foram levantados dados de 6 fazendas de gado alimentado, exclusivamente, a pasto: 2 (duas) de pecuária degradada em monocultura (PDM); 2 (duas) de pecuária produtiva em monocultura (PPM); e 2 (duas) de pecuária produtiva em Sistema Silvipastoril (PPSP). Um conjunto de indicadores foi desenvolvido e utilizado para avaliar princípios e metas que orientam a transição de sistemas de produção convencionais para sistemas sustentáveis. Os resultados apresentaram uma escala progressiva de evolução na sustentabilidade entre todos os sistemas de produção pesquisados como: PPSP (0,75) > PPM (0,61) > PDM (0,42), nos aspectos social, ambiental e econômico, sendo 0,7 o ponto de equilíbrio para a sustentabilidade e 1,0 o máximo. Dessa forma, esta pesquisa apresenta o alto potencial do SSP como ferramenta estratégica para recuperar as 3 dimensões da sustentabilidade em terras degradadas. Os principais benefícios são: a adoção de boas práticas de produção; a capacidade produtiva do solo; a diversificação da paisagem; a vegetação nativa; a saúde e segurança no trabalho; a rentabilidade e segurança do investimento; e a lucratividade.