As Usinas Nucleares de Angra 1 e 2, situadas em Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro, utilizam água do mar em seu sistema de condensadores de vapor, com captação de água na Enseada de Itaorna e liberação no Saco Piraquara de Fora, havendo aquecimento da água que volta para o ambiente. Este trabalho teve como objetivos apresentar os resultados do monitoramento dos moluscos marinhos de costão rochoso no entorno da Central Nuclear. Foram realizadas 04 coletas nos meses de março, junho, agosto e dezembro de 2016. As amostragens foram realizadas com quadracts de 1,0 m² em 10 pontos na Piraquara de Fora, área que recebe os efluentes térmicos, e em 04 pontos afastados do empreendimento, considerados como controle. Foram medidas a temperatura da superfície do mar (TSM) e a salinidade. Para testar as associações entre a TSM e o número de táxons foi empregada a correlação de Spearman. A similaridade da malacofauna foi analisada por meio de escalonamento multidimensional não métrico (nMDS) e análise de agrupamento. A área adjacente ao lançamento dos efluentes térmicos apresentou o menor número de táxons e as maiores temperaturas, sendo observada uma correlação negativa significativa entre a TSM e o número de táxons de moluscos. Assim, podese considerar que os moluscos de costões rochosos são bons descritores das alterações provocadas pelos efluentes térmicos da Central Nuclear.