PPG Geo

A transformação no espaço rural na Baixada Fluminense, ao longo dos séculos, moldou-se diante das demandas que surgiam. Entretanto, as atividades agrícolas resistiram às mudanças no tempo e persistiram, mesmo com a chegada da modernização. Com a chegada da Revolução Verde à mecanização, nos meios de produção no campo, agregada ao crédito agrícola, favorecedor dos grandes produtores, estimulavam o monocultivo e a baixa inserção de mão de obra agrícola. Todas essas mudanças nos processos produtivos, acabaram transformando o espaço da Baixada Fluminense, contudo, Tinguá persiste com práticas familiares agrícolas produtivas, numa hibridização com a inserção de pluriatividades. Logo, ela é considerada uma área periurbana. Para além disso, ela também está inserida em uma zona preservada por legislação ambiental, com Unidades de Conservação nas três instâncias governamentais. A região possui grande biodiversidade ecossistêmica e um elevado potencial hídrico, que vem sendo degradado por um turismo predatório e uma agricultura que utiliza insumos químicos na produção, ocasionando na poluição do solo e de corpos hídricos. Por isso, foi realizado uma avaliação da suposta implementação de um modelo de produção contínua de hortaliças, a partir da criação de módulos de hortas de 100m² em áreas que já eram utilizadas pela agricultura, área de campo ou livres. Foram realizadas entrevistas com os maiores agricultores da região, para que pudesse ser identificada sua forma de produção, mas os mesmos não possuíam nenhum dado registrado, dificultando, assim, possíveis cruzamentos. Buscando equidade social, produtividade semanal, baixo impacto ambiental e produção ecológica, foram mapeados e encontrados um total de 2.942 módulos de 100m², uma produção de 29.420 de sacolas semanal e 117.680 de sacolas de hortaliças por mês.