As reformas urbanas e urbanísticas são marcas indeléveis na produção do espaço urbano carioca. Foi assim ao final do século XIX e início do XX e tem sido assim no atual processo de metropolização que envolve o espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro, consolidando a busca por uma nova paisagem – financeirizada e mundializada: arquitetura de assinatura, espigões espelhados, lajes corporativas, certificações triple A, eficiência ambiental etc. Destarte, apresentamos neste artigo uma síntese da pesquisa de mestrado realizada entre 2017 e 2019, na qual buscou-se compreender as estratégias lançadas na construção de um pretenso skyline global na região da OUCRPRJ – Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro. Percebemos, também, que essas “novas” estratégias procuram atender aos interesses do setor financeiro, que cada vez mais mobiliza a produção do espaço no ciclo de acumulação capitalista; o regime de acumulação financeirizado mira o urbano. Para tanto, a dissertação se debruçou no intento de compreender as singularidades do regime de acumulação financeirizado e sua (re)produção do espaço urbano portuário carioca, o que nos conduziu à análise das condições atuais do mercado imobiliário nos específicos empreendimentos triple A – os famigerados espigões espelhados.