PPG Geo

Os estudos da Geografia da Saúde contribuem para a análise das transformações urbanas, motivadas pela concentração e dispersão de serviços e equipamentos do setor de saúde das principais capitais do Brasil. Portanto, o presente artigo tem o propósito de analisar a influência regional da cidade de Fortaleza como um polo centralizador desses serviços e equipamentos, que abrange grande parte dos municípios do interior do estado e outras cidades das regiões Norte e Nordeste do país. Para uma análise mais aprofundada, foi feito um estudo minucioso das Regiões de Influência do IBGE (REGIC, 2007), com ênfase na influência regional da capital do Ceará. Além disso, realizou-se, junto à plataforma do SUS (DATASUS), uma coleta de informações e de dados referentes a número de hospitais, leitos, equipamentos hospitalares de alta e média complexidade (mamógrafo simples, raio-x de 100 a 500, raio-x de densitometria, tomógrafo computadorizado, ressonância magnética, ultrassom de doppler e ultrassom convencional) e tipos de transplante de órgãos realizados (córnea, rim, fígado, coração, medula óssea, pâncreas, pulmão e doação e captação de órgãos). Foi constatado que Fortaleza possui uma significativa influência regional no cenário Norte e Nordeste, em razão da ampla oferta de serviços de saúde especializados, que contrasta com a carência de unidades hospitalares nessas regiões. Observou-se que quanto maior o nível de complexidade dos equipamentos hospitalares maior é a concentração desses aparelhos na capital e menor é a disponibilidade deles no interior do estado, o que é válido para os níveis mais complexos de transplantes de órgãos. Embora a cidade de Fortaleza tenha sido considerada pelo IBGE como um potencial centro prestador de serviços de saúde de alta complexidade com abrangência regional, o estado do Ceará ainda possui uma rede de saúde incompleta, com carências nos diferentes níveis de complexidade.