Parte-se da proposta de que o espaço geográfico é hibridizado e dinâmico. Nesse sentido, busca-se descrever os momentos em que as águas minerais passaram a atuar na formação geo-histórica da região do sul de Minas Gerais. Para tal, foram enfatizados três momentos distintos, porém interconectados: (1) o interesse medicinal sobre as águas minerais; (2) o interesse industrial sobre as águas, ancorado no cientificismo emergente e mais tarde favorecido por uma legislação que passou a considerar as águas minerais como recursos minerais; e (3) a atual “guerra das águas” no sul de Minas Gerais, momento caracterizado pelo conflito de interesses entre empresas e de grupos de cidadãos. Esses últimos reivindicam maior participação na gestão das águas, entendidas como um bem de domínio público, o que é preconizado pela Política Nacional de Recursos Hídricos. Por fim, sublinhamos que pensar outro presente, com as águas, parece uma maneira responsável de não interromper a aliança geo-histórica entre as cidades e as águas minerais do sul de Minas Gerais.