Considerando os conceitos de alienação, cotidiano programado, pseudoconcreticidade, heteronomia e sonambulismo espacial, vemos que todos convergem para um mesmo fenômeno presente na contemporaneidade, que se expressa pelo esvaziamento do sentido da vida, pela despolitização e a perda da própria humanidade do homem. O Capitalismo, por meio do Estado e das grandes empresas utiliza os mecanismos de amoldamento social, garantindo a permanência do status quo. Ainda assim, no mesmo cotidiano que se oprime, há brechas para a resistência e para a subversão. Esta pesquisa, portanto, se põe a analisar a relação entre as diversas formas de alienação, a busca pela sua subversão e a produção do espaço, por meio do Movimento Ocupa. Para isso, acompanhamos de perto a ocupação das escolas estaduais do Rio de Janeiro, que teve a duração de 4 meses. Os estudantes implementaram o sistema de autogestão, tomando para si todas as tarefas necessárias para o funcionamento da escola, segundo o que deliberavam em assembleias. Além da conquista material de diversas exigências do Movimento, destacamos a formação de novas consciências e a possibilidade da ressignificação do próprio ensino da Geografia escolar, como as mais importantes. Foram ultrapassadas, assim, temporariamente, as limitações da despolitização da sociedade, dando um outro sentido à vida para os estudantes quando, no movimento, foram produzidas novas consciências.